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VASSÍLI KAMIÊNSKI
Vassíli Vasilevich Kamiênski (em idioma russo: Васи́лий Васи́льевич Каме́нский), (proximidades de Perm, 17 de abril de 1884 - Moscou, 11 de novembro de 1961) foi um poeta futurista russo , romancista e um dos primeiros aviadores russos.
De infância e juventude difíceis, perdeu os pais com cinco anos de idade, indo viver com uma tia, entre trabalhadores rudes, e tendo que abandonar os estudos com 16 anos. Como trabalhador, foi preso por participações em greves, tornando-se, posteriormente, aviador e envolvendo-se nos eventos literários mais importantes de sua época.
Em 1910 se torna um dos organizadores do grupo Cubofuturista, participando daquela que é considerada a primeira antologia futurista, incluindo poemas de Velimir Khlebnikov, Aleksei Kruchenykh, Elena Guro, e os irmãos David e Nikolai Burliuk.
Quando o outro grupo futurista da Rússia entrava em decadência, saiu em turnê pelo país, divulgando o futurismo, juntamente com David Burliuk e Vladimir Maiakovski[1].
Seus poemas estão frequentemente no limite entre a fala e o canto. Utlilizou grafismos à maneira do futurismo italiano e a linguagem Zaum[2], explorando a fala cotidiana e rural.
Também publicou livros de memórias.
ANTOLOGIA RUSSA MODERNA. Traduções de Augusto e Haroldo de Campos com a revisão ou colaboração de Boris Schnaiderman. Apresentação, resumos biográficos e notas de Boris Schnaiderman. Rio de Janeiro: Editôra Civilização Brasileira S. A., 1968.. Desenho
de capa:Marius Lauritzen Bern. (Coleção POESIA HOJE, Série Antologias Volume 17. Direção de Moacyar Felix.
Ex. bibl. Antonio Miranda
De Ivan Bolótnikov
Eu! Eu! Eu!
Bandas de cor brilham.
Ei! Ei! Ei!
Bandos rodopiam,
pares kamárinskis.1
Clareira da mata —
mais doce que uma torta.
Honesta comarca —
em torno se alvoroça.
Ei! Ei! Ei!
Eiam,
buliçam —
não toques no que é nosso.
Farreiram,
espiam —
a quem?
Não posso...
Mais guia,
menos gula —
jubila a clareira.
Isca
da festa —
Juntam-se três aldeias.
Moças
se enfeitam —
todas de flores vivas.
Achas de pinheiro
tostaram —
perderam a conta.
Casa?
Não casa?
Ao noivo sua noiva.
Chamar para o casório?
Quem ouve o pregoeiro?
Da casa senhorial
safou-se
o derradeiro
Casamenteiro.
1954
(Tradução de Haroldo de Campos e Boris Schnaderman)
1 Kamárinskaia: Dança popular russa.
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Página publicada em março de 2021
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